Quando o mais fácil é que tudo permaneça igual a ontem, a vida empurra-nos desse penhasco da mudança. Quando a confusão nos paralisa o melhor é mesmo aceitar a paralisia por uns tempos. Quase como um automóvel com a direção desalinhada que naturalmente se desvia para um dos lados. É uma técnica que funciona comigo. Dar ao tempo e ao silêncio a responsabilidade de me explicarem para que lado o meu "eu" desalinhado se desvia naturalmente. Depois tento contrariar a resposta e a direção natural das coisas, num processo de auto sabotagem consciente e deliberado que vai intensificar o mal-estar, um certo desgaste fisico e emocional levando assim à confirmação e à aceitação do caminho inevitável. Às vezes não se trata de começar um novo capítulo, mas sim de começar um livro completamente diferente.
Setembro é o mês dos recomeços e eu espero partilhá-los aqui.
Por Londres vive-se um Agosto fingido de Outubro, já há noites em que se resgata o edredom das arrumações de Inverno, já levo à rua aquela parka verde que nem me lembrava que tinha, já caminho sobre folhas caídas enquanto seguro a bebida de sempre:
- Soya cappuccino with vanilla syrup, please!"
e lá sigo a imaginar que sou protagonista de um remake do Husbands and Wives do Woody Allen - só que não.
- Soya cappuccino with vanilla syrup, please!"
e lá sigo a imaginar que sou protagonista de um remake do Husbands and Wives do Woody Allen - só que não.
Um abraço e até breve.
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