A propósito de arrependimentos...



Não costumo guardar muitos arrependimentos. Tiro sempre uma lição do que me corre menos bem na vida. Contudo, houve uma má decisão que tomei ou, simplesmente uma decisão que não tomei sequer, e ainda hoje penso nela com alguma frustração, pois não há lição que se possa tirar dali.

Corria o ano de 2012 quando comecei a pensar em comprar uma casa em Lisboa. Estava farta de pagar rendas e a vida profissional estava a correr relativamente bem.

Vi um estúdio em Alcântara por 50 mil euros, completamente remodelado com muito bom gosto, mas muito pequeno. Depois de viver em Londres, a minha definição de pequeno mudou bastante. Sim, de facto era um estúdio pequeno mas com uma óptima localização e muito maior que muitos estúdios que vi em Londres. 

Na altura não avancei com a decisão de compra e nem pensei muito mais no assunto, por medo, por falta de informação, por inexperiência, por pensar que o passo seria maior que a perna.

Hoje passo a vida a pensar no assunto, sobretudo quando leio que anda por aí um estúdio à venda por 300 mil euros na nossa capital.
Para não falar que o estúdio que eu vi em 2012 era milhares de vezes mais interessante que este de, repito, 300 mil euros.

Depois de mais de cinco anos a viver em Londres, aprendi o significado da expressão: "location, location, location!". Vi casas cujo valor deixava muito a desejar, a serem alugadas por mais de mil libras por mês. Quartos minúsculos cujas rendas excediam as quatrocentas libras. Escrevi um post sobre as nossas aventuras no mercado imobiliário londrino no que toca à procura de casas e de quartos para arrendar.  Podem ler o post aqui. 

Lisboa está como nunca ninguém a viu. Tenho orgulho neste reconhecimento, mas não consigo parar de pensar na minha falta de visão, de coragem, de informação por não ter apostado naquele buraco de 50 mil euros, bem giro, bem remodelado, bem agradável e para uma alma só! 

Hoje certamente tinha algo só meu com uma valorização incrível e podia relaxar mais financeiramente. Sei que não estou sozinha em arrependimentos como este. Conheço pessoas cujas vidas mudaram porque arriscaram na altura certa, na hora certa em determinados investimentos.  Conheço também pessoas que perderam grandes oportunidades porque preferiram um pássara na mão do que dois a voar.

 Para tudo é preciso um golpe de sorte de vez em quando....



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